sábado, 27 de junho de 2009

Violência/ Baixa auto-estima, eis a questão!

Sou uma eterna admiradora da Psicopedagogia, nos momentos de folgas, recessos, férias estou sempre em busca de textos, artigos, estudos relacionados a esta Metodologia do Amor. Numa dessas procuras encontrei na internet o texto abaixo de Rita de Cássia Rocha Chardelli - Psicopedagoga/ Pedagoga.


Esta violência é uma forma de auto-afirmação.
A violência entre adolescentes é atualmente uma realidade incontestável, sendo muito os motivos que levam esses jovens optarem pela agressão no lugar do diálogo. Com isso não quero dizer que a violência seja algo que educadores e pais devam encarar com naturalidade, mas sim com cuidado e buscando sempre uma mediação que desperte a auto-estima e o desejo de querer mudar. Esta violência entre os jovens, como está acontecendo nos dias atuais, segundo os teóricos é fruto de um processo da desintegração de valores, que atingiu nas últimas décadas a família, as instituições, as visões de mundo, fazendo ruir os velhos paradigmas e gerando novas formas de interação entre os homens. Estas causas acabam sendo potencializadas diante do novo contexto sócio/ econômico/político/cultural, que tem no mundo globalizado e nos novos ícones: tecnologia e informatização; novas linguagens; consumismo; a força da mídia na formação de valores e outras formas de moldar a personalidade das novas gerações. Isto demonstra, que é a crise de valores, presente neste fim de milênio, um dos fatores que mais contribuem para que o jovem deixe de construir uma identidade. Juntamente com isto, a crise familiar faz com que ele perca seus referenciais e jogue nos grupos de amigos a identificação que teria com a família. Esta violência é uma forma de auto-afirmação.É na violência, muitas vezes criadas nos grupos e gangs, que encontramos a negatividade da auto-estima, que também é negada pela sociedade. Alguns psicólogos consideram que crescer neste contexto de fim de milênio é doloroso e difícil principalmente quando o choque de valores tem de um lado, valores racionalistas, que marcam a modernidade e de outro uma série de inovações que por sua pluralidade parece difícil de ser assimilada de vez por jovens que estão em processo de construção de sua identidade. Mesmo que o adolescente viva em um momento de muitas transformações no plano físico, biológico, psicológico, é um sujeito que tem desejos, sonhos e inseguranças e que precisam ser conhecidas pelos que educam. Nesta perspectiva é que pais e educadores precisam lidar com esta nova realidade, estudando, interagindo, buscando o diálogo, envolvendo-se com estes jovens, estimulando o desenvolvimento da auto-estima e da sua identidade como sujeito desejante. E quando me deparo hoje, com notícias de jornais, revistas e noticiários na televisão, sobre assaltos, seqüestros, pânicos, crimes, provocados por adolescentes, vejo o quanto a escola precisa se equipar e reestruturar para defender esse pequeno adulto, do mundo cheio de oportunidades e apelos para se transgredir a ética.Precisamos resgatar na criança a emoção, afetividade, respeito, o ser ético. E mostrá-lo que é nos pequenos atos que nos tornamos cidadãos e tomamos a consciência que fazemos parte de um grupo. Temos que resgatar a parceria, a cumplicidade, os valores da nossa sociedade, deixando de lado os valores dominantes que hoje se apoiam no sucesso pelo dinheiro, nos padrões de consumo e nos atributos físicos. Precisamos resgatar a família, o almoço de domingo, as festinhas escolares, a conversa na sala da casa, enfim, reconstruir o ambiente acolhedor, o aconchego , a confiança. E na escola, nós professores, temos que mostrar aos nossos alunos o que o faz ser diferente e nos preocuparmos com o aluno como pessoa e não só como aluno. Precisamos estar sempre em alerta, para nunca nos esquecermos que o mais importante é o ser humano e não o conteúdo a ser ensinado. Levar nossos alunos a nunca parar de aprender. Mostrá-los que aprendemos com os mais velhos, com os jovens, com as crianças, e até com a natureza, basta estarmos sempre atentos a tudo que se passa ao nosso redor e entender que só aprendemos a partir do momento que acreditamos . Mais do que ensinar a ler e escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma dos nossos alunos. Mais do que avaliar provas e dar notas, é importante ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença...
Vamos nos unir e neutralizar a violência, conquistar espaços, fazer do nosso aluno um ser ético.



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