quarta-feira, 1 de julho de 2009

Reflexo da Educação na Família

Os pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das transformações pelas quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.
É fato que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser humano e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os resultados na formação do sujeito.



O texto abaixo é de Vívian da Mata - Psicóloga


Desenvolvimento


"O mundo mudou, e nós temos que mudar com ele."
Barack Obama


A família não é algo biológico, natural ou simplesmente dado, mas é produto de formas históricas de organização entre os humanos. Do patriarcado ao capitalismo, discutiram-se as marcas dos modelos de organização social na constituição das famílias, sendo uma das possíveis explicações para o sistema social de opressão das mulheres, por exemplo. As discriminações ditadas pelo patriarcado são uma forma de violência de gênero e de violação dos direitos humanos das mulheres.
A família, de fato, consolidou-se na Roma Antiga. A família romana era centrada na figura masculina, com as mulheres sendo, em geral, meras coadjuvantes. O patriarca tinha sob seu poder a mulher, os filhos, os escravos e os vassalos, além do direito de vida e de morte sobre todos estes.
O patriarcado é uma forma de organização social na qual as relações são regidas por dois princípios básicos: 1) as mulheres; 2) os jovens, onde todos estão hierarquicamente subordinados aos mais velhos. De modo geral, a supremacia masculina atribui o maior valor às atividades masculinas em relação às atividades femininas, legitimando o controle da sexualidade, dos corpos e da autonomia feminina. O patriarcado, enquanto teoria universal e totalizante, é tema controverso no campo dos estudos feministas. Nesta época, o senhor era a lei, e o domínio referiam-se às formas sociais simples e às comunidades domésticas. Não existia modernidade na sociedade patriarcal.
A sociedade como um todo é patriarcal. De uma forma ou de outra as mulheres estão submetidas aos homens tanto na vida privada quanto na vida pública. Na sociedade civil capitalista, há um patriarcado moderno. O patriarcado moderno alterou sua configuração, mas manteve as premissas do tradicional. O poder do pai de família teve seu reinado entre a Idade Média até o século XVII. No final desse século começa o declínio. O patriarcado moderno surge com o direito natural sobre a mulher.
É preciso revisar a idéia da hegemonia, da família e de papéis familiares, dado as configurações e papéis alternativos. As normas são opressivas, fonte de sofrimento psíquico e mal-estar na sociedade. Gerando um terreno fértil para desigualdades de gênero. E as conquistas sociais e legais das mulheres.
No século XXI, as mulheres invadiram as ciências, as artes e a política.
Freud, com relação à civilização humana, ressalta: "(...) civilização humana, expressão pela qual quero significar tudo aquilo em que a vida humana se elevou acima da condição animal e difere da vida dos animais – desprezo ter que distinguir entre cultura e civilização." Para algumas pessoas seria o mal-estar na cultura. Para ele, o que deve causar mal-estar à cultura ou à civilização. "O futuro de uma ilusão", "Totem e tabu", são chamados "Textos Sociais".
Nele são considerados os conflitos entre os instintos e as vicissitudes pelas quais ele tem de passar. O princípio da realidade: um dos princípios que regem o funcionamento mental. É parceiro do princípio do prazer e modifica-o na medida em que consegue ser um princípio regular, à procura de satisfação. Essa diferença nos capacita para sensações de desprazer que sentimos e pelas quais somos ameaçados. Para fins de desviar sensações desagradáveis.
O que é ser feliz em uma sociedade patriarcal onde a mulher é subjugada ao domínio masculino. Freud era contra a pergunta, se uma pessoa é feliz, dizia que a felicidade consistia em não fazer essa pergunta, porque não havia resposta para ela. Porque temos muitas necessidades represadas. A infelicidade é real, e menos difícil de se experimentar. O homem foge do desprazer e busca o prazer. O homem primitivo nos é conhecido por meio das ruínas e implementos que restaram dele e ainda hoje, muitos homens vivem de maneira muito próxima daquela dos primitivos.
Freud, considera que todas as manifestações 'primitivas' seja no sentido de evolução da humanidade, seja na do indivíduo, guarda uma grande aparência. Por isso há uma certa semelhança, entre o primitivo e uma criança. Como nas crianças sempre existe uma regressão, o que aproxima seus mecanismos mentais daqueles das crianças é que elas tem um paralelo com o homem primitivo. Por isso, foi tentado introduzir a Psicanálise na educação, porque o educador levaria a pessoa ao amadurecimento e a se tornar uma adulto. O que é totem? É um animal que mantém relação especial com todo o clã.
O totem é um antepassado comum do clã, é seu espírito guardião. O totem pode ser dado tanto pela linha feminina quanto pela masculina.
O sistema totênico atraiu o interesse dos psicanalistas porque nele se encontram uma lei contra relações sexuais entre pessoas do mesmo totem e conseqüentemente, contra seu casamento. Era praticada a exogamia. Seria uma proteção contra o incesto, a que a Psicanálise dá tanta importância, porque a tendência à ele faz parte do complexo de Édipo.
A literatura sobre história da sexualidade mostra para um fenômeno importante e prevalece até o século XVIII no mundo ocidental, que a diferença entre o amorno casamento e o amor fora do casamento. O casamento tem por função – não somente entre os reis e os príncipes, mas em todos os níveis da sociedade. O novo ideal de casamento vai se constituindo aos poucos no ocidente, em que se impõe aos cônjuges que se amem ou que pareçam se amar, e que tenham expectativas a respeito do amor. O indivíduo na sociedade contemporânea é discutida e estudada o papel da aliança e o papel da sexualidade e suas implicações institucionais.
A separação conjugal pode ter efeitos construtivos para os membros de uma família, para manter o casamento é a auto-destruição e a destruição do outro. Ela leva toda a família a reestruturar os padrões de relacionamento existente buscando na terapia a ressignificação para sua vida.
Os ideais freudianos baseados na educação modelo pulsional freudiano, Pela impossibilidade de prevenir as neuroses como também de curar o mal-estar na educação. Todo saber no campo educativo perfila-se como mais uma Pedagogia moderna. Qualquer saber pedagógico moderno é, por definição, autonômico com a Psicanálise. Não há aplicação da Psicanálise à educação. É possível uma certa clareza psicanalítica da educação, uma educação esclarecida pela Psicanálise revela-se toda e qualquer reflexão pedagógica. Seria uma educação onde reconhece o desejo. A relação Psicanálise-Educação não equivale àquela pretendida entre a Psicanálise e a Pedagogia.
Uma das preocupações de Freud foi no campo da problemática da educação: o indivíduo e civilização. Segundo Freud, seu pensamento sobre a educação tida como o veículo da moral dirigida à natureza repressiva, numa transformação educativa, tendo como parâmetro o indivíduo-sociedade. Explica que as crianças experimentavam os mesmos conflitos através dos quais passaram nossos antepassados no processo de civilização. A esperança freudiana no reformismo social, via educação, é inversamente proporcional nos progressivos do modelo pulsional. Sustentando o caráter "conservador", desejável na educação.
A educação na sociedade contemporânea deveria assumir hoje uma dimensão mais criativa, porque informação temos com fácil acesso. Parece que Freud queria desenvolver pessoas com mais criatividade e mais espontaneidade. A ética e a moral e a tendência de culpar os outros inibem a criatividade tornando a pessoa mais tímida e reprimida. As raízes da falsa moral são muito profundas e alcançam o terreno da tradição e da cultura. O conceito de cidadania, democracia, justiça social e espaço público, ocupam um largo espaço na educação. A tradição cultural e a realidade econômico-política, representam a imoralidade em nossas relações sociais. Imoralidade, que revolta e provoca indiferença e conformismo. Que a educação social mediante a repressão, atinja um patamar que nos leva a pedir por uma transformação social atual, sendo preciso rever o contexto social, os preconceitos, discriminação de raça, de gênero e de classe.
Os educadores questionam e entram em conflito. Mas,k a grande saída seria a criatividade e espontaneidade. A educação nos modos tradicionais, obedecer às normas, o temor, a moral transmitida à educação e castradora. Estabelecer novos vínculos que agregam às tônicas faladas na sociedade. O indivíduo com mais liberdade, ele acaba criando. É feliz! Construindo um mundo de sonhos com alicerces e magias.
A educação hoje enfrenta dificuldades reais. Eles são sérios. Os ideais, passados de geração em geração, todos merecem encontrar felicidade através de prosperidade e da liberdade, mas não no modelo tradicional. Nossas mentes são menos inventáveis. Temos que sacudir e ter um novo começo.
O crescimento através da educação para estarmos à altura de uma nova era. O brasileiro tem memória curta, e deixa as coisas acontecerem sem reação. A imaginação se une a um objetivo comum e a necessidade se une à coragem.
Os acomodados não compreendem que o contexto mudou. O sucesso da educação estar em expandir a liberdade e o desejo. Não podemos nos desculpar por nosso estilo educacional. Devemos querer construir, evoluir com base no respeito mútuo.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



FREUD, S. O futuro de uma ilusão. Obras completas de Sigmund Freud. V. XXI. Imago Editora, 1929.
_____. O mal-estar na civilização. Obras completas de Sigmund Freud. V. XXI. Imago Editora, 1927.
_____. Totem e tabu (1913). Obras completas de Sigmund Freud. V. XIII. Imago Editora, 1914.
ROUSSEAU, J. J. Exílio ou da Educação. São Paulo: Bertrand Brasil, 1992.
XAVIER, E. (1998). Declínio do patriarcado: a família no imaginário feminino. Rio de Janeiro: Record/Rosa dos Tempos, 1998..
1 A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. Reprodução apenas na Internet.

Transtorno de Déficit de Atenção




TDAH


Texto de Glassy Calassa


O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade tornou-se assunto comum nas escolas, entre os professores, por se tratar de uma dificuldade que afeta não só a criança, mas sua família, a escola e todo o meio no qual ela está inserida. Para compreender melhor o que acontece, porque a criança apresenta certos comportamento considerados inapropriados e saber como ajudar a criança, precisamos primeiramente entender o que vem a ser o transtorno. Existe uma dúvida que comumente é levantada: “É mesmo um problema biológico ou é teimosia?”. Hoje sabemos que o indivíduo com TDAH tem uma alteração biológica. Entretanto o transtorno deve ser entendido como um problema biopsicosocial, pois pesquisas mostram que só o tratamento medicamentoso é insuficiente. Assim o tratamento deve ser multimodal, ou seja, não deve se pautar somente na farmacoterapia (tratamento medicamentoso), mas sim na combinação desta, com orientação familiar, psicoterapia cognitiva ou cognitivo-comportamental e orientação à escola, juntamente com adaptações curriculares. A criança com TDAH apresenta um problema do funcionamento de certas áreas do cérebro que comandam o comportamento inibitório, traduzindo, as áreas do cérebro que funcionam como nosso “freio” estão prejudicadas. Exemplificando, todos nós temos um freio que inibe certos comportamentos, assim se uma pessoa está terminando um trabalho escolar e ouve uma música vindo do lado de fora da casa, vai ter uma vontade (um impulso) de se levantar e ir verificar o que está acontecendo, mas o “freio” do seu cérebro sinaliza que o trabalho que está executando é mais importante, assim deverá primeiro terminá-lo, e somente depois passar para outra atividade. Isso acontece a todo o momento com todos nós, pois estamos rodeados de estímulos e se tudo chamasse nossa atenção, não conseguiríamos finalizar nenhuma atividade. Entretanto, a criança com TDAH tem esse freio prejudicado, assim é muito atenta aos vários estímulos do meio ambiente, não mantendo sua atenção focada em uma só atividade. Também é prejudicada sua capacidade de executar tarefas de planejamento, e isso tudo somado, acaba determinando que o indivíduo apresente sintomas de desatenção, agitação/hiperatividade e impulsividade. Existem vários questionamentos sobre qual a melhor forma de lidar com tais características. Sabemos que receitas prontas não existem, pois cada caso e cada criança têm suas peculiaridades, entretanto algumas dicas podem auxiliar pais e professores a lidar com as características citadas: Em se tratando de escolarização, existem algumas ordens que NÃO devem ser dadas porque estimulam a desobediência: Excesso de ordens. Como a criança deixa de fazer inúmeras atividades devido ao déficit de atenção, os responsáveis tendem a sobrecarregá-la de ordens e instruções, para que finalizem as inúmeras atividades que não concluíram. Entretanto eles se esquecem que a criança tem uma dificuldade de concentração e isso faz com que, no final da instrução dada, não se lembre mais o que deveria, de fato ser feito. Ordens vagas. É necessário ser específico e dizer para a criança exatamente o que se espera dela. Ordens vagas como “quero que se comporte como um bom menino”, não vai surtir efeito. Nesse caso ordens mais específicas como “durante a apresentação do filme, quero que permaneça sentado”, podem ter uma resposta mais apropriada por parte da criança, pois neste exemplo ela sabe o que precisa fazer para se comportar como um bom menino. Ordens em tom de ameaça ou irritação. Já antecipando que a criança não atenderá seus pedidos, pais e professores dão ordens em tom de ameaça e irritação. Isso é inadequado porque gera na criança uma reação que também pode ser hostil, e irá gerar mais resistência no relacionamento professor-aluno. Após discorrer sobre o que não é adequado ser feito, é necessário implementar algumas estratégias comportamentais compensadoras que vão ajudar nas adequações curriculares: Como a criança tem um déficit de atenção, há uma grande probabilidade dela se perder e se distrair em atividades muito longas, então será muito útil dividir as tarefas em seqüências menores. Aumentar as inovações, a estimulação ou a diversão nas tarefas, para que a criança tenha motivação para participar ativamente das aulas. É de extrema importância eliminar qualquer observação negativa a respeito da criança, pois sua auto-estima pode ser prejudicada. E para evitar que isso aconteça o professor deve aumentar a freqüência de reforços positivos, traduzindo, o professor deverá pontuar para a criança, para a família e para a escola os avanços da criança, os pontos nos quais ela se destaca e assim aumentar a confiança que todos terão nela. Reforçar o relacionamento aluno-professor através de respeito mútuo e cooperação, tornando o relacionamento mais amoroso e amigável. Agindo dessa forma, vários obstáculos existentes na escola poderão ser sanados ou minimizados, garantindo assim que as crianças com TDAH tenham motivação, interesse e sucesso na escola.





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Sonhe sempre!

Para refletir...


Os jogos na clínica Psicopedagógica

Os jogos educativos psicopedagógicos servem para estimular a imaginação infantil, auxiliar no processo de integração grupal, liberar a emoção infantil, facilitar a construção do conhecimento e auxiliar na aquisição da auto-estima. Ajudam a promover a criatividade, desenvolver a autonomia e favorecer a expressão da personalidade infantil. Com o grande avanço da informática, surgiram os jogos educativos computadorizados. Estes jogos são elaborados para divertir os alunos e aumentar a chance de aprendizagem de conceitos, conteúdo e habilidades embutidas no jogo. Um jogo educativo pode propiciar ao aluno um ambiente de aprendizagem rico e complexo; estes ambientes são denominados de micromundos, porque fornecem um mundo imaginário a ser explorado e no qual os alunos podem aprender.
Os jogos psicopedagógicos devem ser atrativos e ao mesmo tempo devem possuir um cunho educativo.
O texto abaixo foi produzido por Daniela Ruiz de Mendonça - Psicóloga, Psicopedagoga. Acompnhe esta leitura!
Por que jogar e brincar com a psicopedagoga?

O jogo na psicoterapia e na psicopedagogia
Os jogos e as brincadeiras são recursos indispensáveis na terapia de crianças e adolescentes.
É através do brincar e jogar que se cria um ambiente de significação da aprendizagem e dos conteúdos emocionais.
Quebra-cabeça de números
Este é um jogo que estimula o raciocínio lógico-matemático. A criança, ao se deparar com as peças embaralhadas, deve criar uma estratégia de ação que será observada pelo profissional:
Qual pegará primeiro?
Observará os números e sua sequência?
Começará com peças maiores?
Ao levantar hipóteses estará elaborando estratégias e estimulando suas habilidades mentais.
O profissional sabe a hora exata de interferir, de modo a ajudar a criança a conhecer outras possibilidades de aprendizagem e de resolver uma situação-problema. A criança aprende a perguntar e a buscar soluções.
A intervenção do profissional pode estar baseada na solicitação da justificativa de uma peça colocada.
Esse conhecimento das estratégias usadas pela criança proporciona conhecimento de si mesma e um modelo para resolver outras situações vividas no dia-a-dia.
Aprendendo a pensar
Com diferentes desafios a criança aprende a pensar sobre como superá-los. Esse exercício se estende para todas as outras situações que são vivenciadas pela criança na escola e em família, por exemplo.
Montagem de cenas
Esse é um jogo de montagem de cenas e reorganização dos fatos para compor uma história. Ao realizar a atividade, a criança estimula o raciocínio de elaboração de seqüência lógica de ações. A intervenção do profissional está em produzir reflexões na criança, o que a leva a questionar, justificar e organizar suas próprias ações.
Desta forma, o brinquedo não é somente para descontrair, tem função educativa. Entretanto, a postura do profissional diante da brincadeira da criança, torna-se primordial, pois ele sabe de que maneira intervir a fim de estimular na criança entendimentos e novas ações, tornando-a mais ativa na vida pessoal e escolar.



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